sexta-feira, 14 de outubro de 2011

José Saramago




"...O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que já se viu , ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol, onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre..."


José Saramago

terça-feira, 5 de abril de 2011

Quando as emoções...







Quando as emoções são tocadas e se transformam no encontro dos meus rios com os meus mares, escuto, no ruído deste encontro, as minhas próprias vozes e vejo as minhas imagens. Então eu surjo do mais fundo de mim. 

(colhido no Blog Pelos Caminhos da Vida de Paula Barros) - 

domingo, 10 de outubro de 2010

Ausencia - Vinícius de Morais


"...Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar
senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto, a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto
existe o teu gesto
e em minha voz a tua voz...
Não te quero
porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como uma nódoa do passado.
Eu deixarei...
tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite
e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa
suspensos no espaço
E eu trouxe até mim
a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém
porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu,
das aves e das estrelas
Serão a tua voz presente,
a tua voz ausente,
a tua voz serenizada..."

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Benção Irlandesa


"...Que o caminho seja brando a teus pés,

o vento sopre leve em teus ombros.

Que o sol brilhe cálido sobre tua face,

as chuvas caiam serenas em teus campos.

E até que eu de novo te veja,

que os “Deuses te guardem nas palmas das Suas mãos...”


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Três Dias...


Três dias. Três dias, e a nostalgia das tardes trouxe-me alguma visão sobre a poesia esquecida na mesa de cabeceira. Aquelas folhas molhadas pela chuva e incompreendidas pelo tempo, ainda estão lá, hoje túrgidas de sol e fracas, com olhos grandes e rasgados de cinza, espreitando as paredes e conversando com as almas tristes que se desprenderam do meu corpo.

Pois bem, hoje meu sorriso é todo cortado, e dos cortes, raios de lua, magicamente, dançam sobre os lábios e tocam uma sinfonia que só meus ouvidos podem perceber... E assim espero hibernar dentro das palavras, e com elas tirar o que há de mais belo e refulgente...

(fragmento by Alex S. F) - Palavreando

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Revelações



Deito-me na areia fofa do meu quintal e fico olhando o céu, sem piscar, atenta a tudo, sem nada querer perder... Quero ver e entender como a noite se sente ao dar lugar ao dia: o breu sendo obrigado a parir algo tão diferente dele...

Aqui vou ficar mais algumas longas horas, só para ver a mágica misteriosa do inverso... me ver ali diluída especialmente nas transições... contemplar todas as possibilidades de se parir opostos...


(fragmento extraído do Blog Revelações)





sábado, 28 de agosto de 2010

Jorge Luis Borges




"...A velhice pode ser
o nosso tempo de ventura.
O animal está morto,
ou quase morto.
Restam o homem e a alma..."

Jorge Luis Borges